- 8 de outubro de 2018
- Por Richard Casa Grande
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Já faz muito tempo que a questão do rodízio de pneus deixa milhares de motoristas em dúvida. Afinal, fazer ou não? O que é mais seguro?
Há alguns anos, quando nos deparávamos com essa pergunta, era bastante comum que a maior parte dos profissionais do setor respondessem que o mais seguro seria fazer o rodízio.
Hoje em dia, porém, isso mudou um pouco. A questão é polêmica e divide opiniões, fazendo com que um “time” seja a favor do rodízio e outro seja contra.
Em uma análise recente publicada pelo Guia Quatro Rodas, diversos especialistas e representantes das grandes marcas do setor foram entrevistados. Vamos ver o que eles dizem!
Primeiramente, vale explicar exatamente o que é o rodízio de pneus.
Para quem não sabe, essa é uma estratégia utilizada por diversos motoristas para equilibrar a vida útil dos pneus e garantir maior estabilidade e segurança ao veículo.
Basicamente, o que é acontece é uma inversão entre os pneus dos dois eixos do carro (podendo incluir o pneu estepe ou não).
Entrando de forma mais aprofundada nessa questão, sabemos que, no levantamento promovido pela Revista Quatro Rodas, 18 montadoras foram ouvidas e somente duas (BMW e Renault) se mostraram contrárias ao rodízio.
Segundo o representante da BMW, o motivo é simples: os pneus dos eixos traseiro e dianteiro das BMWs quase sempre são diferentes, impossibilitando que o motorista faça um rodízio.
A Renault, por sua vez, alegou ser mais seguro comprar dois pneus novos sempre que os do eixo dianteiro, também conhecido como “eixo de tração”, estiverem gastos.
A recomendação da montadora francesa é para que as duas unidades novas sejam colocadas no eixo traseiro, fazendo com que os dois pneus de trás agora fiquem na frente.
Das 16 marcas restantes, 6 recomendaram que o motorista utilize o estepe no processo de rodízio de pneus. São elas: Hyundai, Kia, Peugeot, Toyota, Chery e JAC.
Vamos entender quais são as vantagens e desvantagens de se incluir o pneu estepe no rodízio? Confira os argumentos das marcas:
Segundo o que disse Vinícius Sá, gerente de pneus de passeio da Goodyear Brasil, a ideia central do rodízio com o estepe é garantir um desgaste por igual dos cinco pneus.
A recomendação, segundo ele, é para que as trocas sejam feitas a cada 5 mil quilômetros rodados.
Outras fabricantes, como a Continental Pneus, admitem que os rodízios podem ser feitos a cada revisão — ou seja, a cada 10 mil quilômetro rodados.
“Nos veículos onde o estepe é igual aos outros pneus, ele é colocado para rodar a partir dos 10 mil quilômetros percorridos, na traseira ou na frente, em qualquer um dos lados. Essa simples mudança aumenta em 20% a vida útil de todo o conjunto de pneus”, afirmou Milton Araujo, Gerente de Serviços ao Cliente da Continental Pneus.
Do ponto de vista econômico, porém, esse argumento é contestável: ao final do processo, o motorista terá que comprar 5 novos pneus em vez de 4 (exatamente a economia que foi feita durante o rodízio).
O segundo argumento, considerado por todos como mais relevante, é o da segurança. Quando compramos apenas dois pneus novos para substituir os dois que estão mais gastos, pode haver um certo desequilíbrio entre as rodas, prejudicando a estabilidade.
O rodízio de pneus, nesse caso, é uma medida que serve para garantir que os desgastes aconteçam de forma similar em todo o conjunto.
Desvantagens de incluir o estepe
Sobre o “time” que defende que o estepe não esteja presente no rodízio, podemos dizer que existem dois argumentos principais.
Colocar 3 pneus gastos e 1 menos rodado, segundo eles, causará um desequilíbrio não só entre os eixos, como também entre os lados esquerdo e direito. Os defensores do estepe, por sua vez, argumentam que isso pode ser amenizado com uma mudança das rodas aos 5 mil quilômetros.
O segundo argumento é que, mesmo sendo igual aos outros pneus, o estepe não foi feito para rodar, mas sim para que, em situações de emergência, o motorista consiga chegar ao seu destino sem maiores problemas.
Contra essa tese, porém, está o risco de envelhecimento da borracha. Segundo Flávio Santana, engenheiro de campo e gerente de produtos da Michelin, é justamente para evitar a depreciação da borracha que o estepe deve ser utilizado nos rodízios.
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E você, o que acha sobre o tema do rodízio de pneus? Possui alguma opinião formada?
Compartilhe o seu ponto de vista conosco e vamos continuar conversando sobre o assunto!